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Juro, é uma das coisas mais legais que já inventaram. Não estou sendo sarcástica, prometo.

Imagina a situação: Você vai lá, recebe uma noticia bombástica (CÂNCER! Uau!) e acredita que é uma sentença de morte, e fica mal, bem mal…afinal, quem quer morrer?
Aí você faz um tratamento mala, com direito a depilação capilar completa, gosto adocicado na boca e mal estar 4 dias por mês. Que cenário é esse? Que coisa horrorosa, né?

Mas aí chega o dia de fazer o ultra-som de controle, e quando a Dra. Aline (medica agendada para o meu exame, e uma fofa!) começa a olhar suas imagens ela diz “Nossa! Diminuiu muito!”, e aí o seu cirurgião diz “Nossa, tem chance de sumir completamente, parabéns!” E tudo o que você pensa é “YAAAAAAY! Tá funcionando!!!!”.
Aí esse dia chega.
E aí, você descobre que quimioterapia é demais. Uma felicidade igual a essa é muito difícil. Vale muito a pena, viver vale muito a pena. Lutar pra viver sempre compensa, até quando parece que não.
Quando a gente nasce, imediatamente só quer mesmo é pensar em chorar, somos tão pequenos, fomos tirados do mundinho que conhecemos, não dá tempo de agradecer. E depois a gente esquece. E fica tão preocupado em sobreviver que se esquece da vida em sí. Esse foi o maior presente já dado, a vida. E existe a chance de finalmente se ter gratidão por ele. E principalmente de se aproveitar (porque o presente é meu, eu faço com ele o que eu quiser!). Poucas pessoas tem essa chance. É uma felicidade que não da pra explicar.
Como é bom fazer um exame, ir ao medico, e receber boas notícias.  Depois do ultra-som, quando eu caminhava sozinha para pegar o carro no valet do hospital, eu tive que me controlar pra não saltitar pelo caminho! Diminuiu muito!  Quando eu sentei no banco esperando o carro chegar, algumas lagrimas, que até agora eu tinha eficientemente evitado, caíram dos meus olhos. Ta funcionando, ta funcionando!!! E ali, meio chorando, meio rindo, meio comendo a empadinha de frango que eu achei que merecia para a ocasião, uma senhora do meu lado me perguntou se estava tudo bem, me ofereceu água. Minha vontade era dar um beijo nela de tanta empolgação! Mas eu só disse que estava tudo bem, tudo ótimo. Então agora, saindo da minha terceira quimio (acho que virou tradição escrever em dia de quimio!) estou assim em casa: tudo bem, tudo ótimo!
Não é a cura. Tem um caminho longo, muito longo, e meio mala até ela. Mas é uma boa noticia. É uma vitoria. É um baby step. E é tudo culpa da quimioterapia, sua linda!

Primeiro de tudo quero agradecer muito todos os emails e mensagens no face. Sei que muitas vezes não consigo responder tão entusiasticamente assim mas isso não significa que não tenha sido de extrema importância recebe-lãs!

Ontem foi a minha segunda quimio, que rolou mais ou menos parecida com a primeira, então não tem muito o que falar aqui além de como eu passei estes últimos 21 dias…
Basicamente eu sai do hospital sem saber bem o que esperar. Na primeira noite dormi as 3 da manha (vendo BBB, contribuindo para a cultura brasileira!) e acordei as 6:30 com uma energia suficiente pra correr uma maratona! Pra quem não me conhece bem, preciso explicar: nunca, na minha vida, em nenhuma hipótese eu tive energia suficiente pra correr uma maratona, e muito menos acordei as 6:30 da manha de livre e expontânea vontade!!! Enfim, passei os próximos dias basicamente deitada na minha cama esperando a fase do “inferno” começar, fase esta que não veio. Não tive enjôo, náusea, aftas infinitas, febre, nada! Só a maldita insônia por 4 dias e com ela um cansaço chato também pelo mesmo período. 
Outra coisa que aconteceu depois da primeira quimio foi que eu percebi que estava vivendo com uma bomba relógio no meu corpo e que eu não podia fazer absolutamente nada a respeito. Não, não estou falando do tumor, e sim do meu cabelo. Ele estava com os dias contados, eu não sabia exatamente quantos, o que era ainda mais enlouquecedor, mas o fato é que estava. Pra amenizar, fui ao salão e cortei o meu cabelo, nunca antes menor que 30 centímetros, em um chanel estiloso (após minha Cabelereira gentilmente dizer que eu não ia ficar igual a Scarlet Johanson de cabelo curto), e fui viver minha vida. O desfecho desta história é assunto para outra hora.
Nao menos importante, tive também nos primeiros cinco dias muita prisão de ventre. Talvez eu devesse guardar isso pra mim, mas a esse ponto, who care’s? Sei que a minha mãe fez a receita milenar de colocar duas ameixas secas em um copo com água, deixar por um tempo pra eu depois tomar a água, e não é que funcionou? Maravilha!
Hahahahahahaha mentira. Quisera eu ser tão tranqüila assim quando se trata de beber águas nojentas com cara de esgoto. Depois de umas 3 ou 4 águas preparadas (e não consumidas) ela desistiu. Eu tinha pesadelos intensos com as ameixas. As vezes não queria voltar pra casa pra não ter nem que olhar pra elas. Aquele copo de água ferrugem era um fantasma me assombrando. Quimioterapia, ok! Manda pra dentro. Água de ameixa? Não, muito obrigado. Aparentemente esta é a minha lógica. No final a coisa toda se resolveu por si própria e eu espero que este exu em forma de chá?, bebida?, nunca mais apareça no meu criado mudo.
Sei que minha conclusão desta coisa toda foi que o mundo é muito sensacionalista. Quimioterapia é uma merda? Sim. Mas não é tudo isso que a gente imagina. Como o meu oncologista disse no primeiro dia, e eu reitero: não é que nem no Laços de Família. Muito menos que nem no Grey’s Anatomy (se bem que um casamento surpresa no final poderia ser um toque bem genial!). As ondas de mau humor vem, e é pesado. Desculpa mamãe, papai, Rafa e principalmente Flávia pelas ligações ignoradas. Mas elas também vão embora. 
E no final das contas, quando se para pra imaginar a maravilha que estes remedinhos fortes estão fazendo em mim…tem como não amar?
Até onde você iria por uma chance de nascer de novo? Vocês eu não sei, mas isso aqui é fichinha perto de tudo o que eu estaria disposta. 
 
Uma madrugada, uma dentre muitas mensagens que recebi mexeu comigo, por muitas coisas que já foram respondidas em particular, mas principalmente pelas linhas a seguir :
 
“O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria, 
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem”
Guimarães Rosa
 
E é isso aí…

Hoje foi o meu primeiro dia de quimioterapia (dia 10/01). Tem algumas horas que acabou já, e eu estou em casa assistindo Big Brother. A coisa toda, o bicho de sete cabeças, é o seguinte: fui lá, conversei com uma enfermeira gente boa, com uma nutricionista gente boa, ela pegou uma veia na minha mão,pendurou diversos sacos de medicação ao longo do tempo como se fosse soro, e só. O quartinho da quimio tem tv a cabo, internet, uma cama confortável e um garçom que trás o que vc quiser, a hora que vc quiser pra comer e beber. Considerando que aqui, na minha cama eu tenho tudo isto, menos o garçom, acho que eu estava melhor lá!!! Mas falando serio, eu não senti nada, nem enjôo, fraqueza, veia queimando, sono, hiperatividade. Nada. Tem uma chance que eu sinta um leve enjôo nos próximos dias mas já tenho medicação pra isso. E se alguém está pensando: não, não estou careca ainda. O cabelo demora a cair e não sei que dia vai acontecer, mas podem todos irem se acostumando com a idéia. Mas também não venham me dizer que o cabelo é o de menos, porque não é. Mas eu já me conformei e já estou até ansiosa para colocar meu cabelo novo (muito melhor que o meu pixaco por sinal)!
Então é isso! Todo mundo pode voltar ao normal comigo (contanto que não tenham pena, nem digam que a queda do cabelo é o de menos, lembrem-se! Posso ser agressiva com uma excelente desculpa a partir de agora!) Claro que buscar água, coca e lanchinhos pra mim, fazer mordomias, me dar lenços maravilhosos para cobrir minha cabeça imensa de presente, são sempre atitudes bem vindas! Hahaha mas não mandatorias..
Fiquem todos bem, porque eu estou bem, não tenham medo de dizer a palavra câncer, dou mais notícias em breve e como diriam minhas companheiras de diagnóstico: Força na peruca!!!!!!!

…e isso foi o que aconteceu, agora sobre como eu estou. Não consigo entender o porque de isso estar acontecendo comigo. E nenhum medico consegue me dar essa resposta. Tem gente que fala que é estilo de vida. Tem gente que fala que é magoa guardada, problema não resolvido. Eu pessoalmente acho que isto é bobagem. Eu não causei isso pra mim mesma. Mesmo que inconsciente. É só uma coisa que aconteceu e que, por enquanto, não tem explicação. E nessa falta de explicação é que esta a importância que todas as pessoas da família se examinem, contem para seus médicos o que aconteceu. E pessoas fora da família também. E muito importante, é serio. A minha preocupação e o meu diagnostico são os fatores condicionais para a minha chance de me tratar. De me curar. Sim, hoje em dia tem muitos recursos, mas se a gente não for no medico, não se preocupar em receber um diagnostico correto, de que adianta? Muitas pessoas falam que na vida a gente só tem o que pode agüentar, e eu acho que é verdade mesmo. Eu estou muito, muito bem com o meu diagnostico, com o meu câncer. E uma doença seria, mas tratável. Na mama ainda, que não é um órgão vital e não vai me fazer falta. E eu ainda por cima tenho acesso aos melhores médicos, tratamentos. Por tudo isso eu não me considero uma pessoa de azar por estar dentro de uma estatística rarissima, e sim uma pessoa de muita, muita sorte por ter um câncer com um nível de cura altíssimo, por ser super saudável e poder fazer até os tratamentos mais agressivos, por não ser uma doença que precisa amputar uma perna, um braço, coisa que seria muito difícil de aceitar. Peito a gente compra outro melhor. Cabelo também, eu nunca gostei muito do meu mesmo…quem sabe não nasce loiro e liso natural da próxima vez.
Tudo isso não significa que eu tenha um coração de pedra e nenhum sentimento. Eu tenho medo sim, mas cada dia menos. E eu tenho mais que confiança. Eu SEI que vai ficar tudo bem. Não sei como nem porque, mas eu somente sei. Da mesma maneira que eu sabia que não era um simples cisto quando comecei a fazer os exames, não achei que fosse câncer, mas senti que era alguma coisa grave.
Eu não estou deprimida, chorando em casa. Alias, eu chorei muito pouco, porque não vejo a coisa todo como uma desgraça, e sim como mais uma oportunidade, ou até prova, que a vida me deu para eu saber mais sobre mim mesma. “Pra eu provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém.” No começo eu pensava “eu não sei se eu vou viver ou se eu vou morrer” mas a verdade é: quem de vocês sabe? O que eu já pensei é que estatisticamente minhas chances estão até melhores, porque do câncer eu vou me curar, e qual a chance de um raio cair duas vezes no mesmo lugar?? Portanto eu só peco uma coisa: não tenham pena de mim. Não quero ser associada a lagrimas e tristeza, é deprimente demais pro meu gosto. E se eu estou bem, porque todo mundo não vai estar também? Talvez essa seja a hora de redefinir sonhos, aprender muito, cair na real, deixar de fazer o que odiamos fazer…pra todos nós. Como disse steve jobs, diagnosticado com câncer “we are already naked, there is no reason not to follow your heart”. E isso faz muito sentido pra mim agora.

Uma pausa pra explicar o que eu também não sabia ha dois meses atras: os primeiros médicos que fui, são os cirurgiões e mastologistas, eles são responsáveis por obviamente a cirurgia, e o acompanhamento (meio de longe) durante a quimioterapia, e os especialistas em mama. Aqui na minha historia eles são o Dr Verdade-nua-e-crua, o Dr Me-arruma-um-dentista-pelamordedeus (tb conhecido como Dr Careca-brilhante), e o Dr Silvio. O medico que receita, acompanha e tem toda a responsabilidade sobre a quimioterapia é o oncologista, que, no caso dessa minha história aqui, é o Dr Oren”. E continuando…

Decidi ir pra Belo Horizonte, passamos um Natal ótimo, consegui me distrair e rapidinho já estava na hora de voltar. Durante a viagem cheguei a conclusão de que seria loucura não buscar uma terceira opinião, já que as duas primeiras discordaram, e aí a minha mãe com a agenda de telefones afiada com cirurgiões marcou um para quarta feira de manha mesmo!
O terceiro medico foi o Dr Silvio, e pra ele eu não criei um apelidinho porque eu gostei muito, muito dele. Ele foi o primeiro medico que realmente me fez entender o que estava acontecendo comigo, realmente se conectou. Ele me acalmou bastante, falou que vai ficar tudo bem, que e só uma fase. Ele concordou com a abordagem de fazer a quimio primeiro, e quando eu disse que tinha consulta com o Dr Oren ele disse que o conhecia, e que e um excelente medico. Ele fez uns pontinhos de tatuagem na minha pele em volta de onde o tumor esta localizado, e me deu uma péssima noticia: não posso tomar sol durante todo o tratamento, e por 4 meses após a cirurgia, ou seja: um ano sem sol, sem praia, sem piscina, sem bronzeado. Droga.
O quarto medico foi o oncologista, Dr Oren e eu adorei ele. Ele foi o primeiro medico que não ficou pesaroso ao conversar comigo, que não me olhou com uma cara de pena ou de “que judiação!” durante a consulta. Pelo contrario, ele foi bem descontraído, riu, e acreditem ou não, descobrimos que eu e ele moramos no mesmo prédio em Nova York, com alguns bons anos de diferença. Ficou combinado que a quimio iniciaria no dia 10 de janeiro, e que neste meio tempo (esta consulta foi dia 26/12) eu faria um tratamento e posterior coleta de óvulos, caso eles venham a ser necessários quando eu quiser ter filhos. O fato é que existe uma chance, baixa, mas presente, de que eu entre na menopausa antecipadamente por conta dos remédios, portanto matando todos os meus óvulos. A coleta é uma mera precaução, e depois de 9 dias de injeções na barriga (muito bem aplicadas pela minha irmã Flavia) duas vezes por dia, e idas ao medico diárias, foi realizada ontem com sucesso! 8 projetos dos meus bebes estão congelados em um freezer por aí…muito hightech não?

Minha mãe, desesperada que é, moveu Sao Paulo inteira procurando o melhor medico do Brasil, hemisfério Sul, galáxia, universo, e quando recebeu vários nomes, marcou consulta com TODOS eles, pro mesmo dia, praticamente mesmo horário, sendo que cada um ficava em um canto da cidade. “Vamos nos que der tempo”, ela dizia.
O primeiro medico foi o Dr Pablo, ou o Dr Verdade-nua-e-crua. Cheguei na sala e ele falou (e vejam que ele foi o primeiro a falar o nome) “você esta com CANCER de mama, ele já espalhou para o linfonodo da axila, e uma doença muito grave, que precisa ser tratada inevitavelmente com cirurgia e quimioterapia”. BAM!!! Uau…obviamente eu comecei a chorar. Quando ele veio me examinar já disse onde faria as incisões, quais porções do seio iriam ser retiradas, qual resultado cirúrgico eu poderia esperar e eu tipo…ahn? Deixa meus peitos em paz… Saímos de lá e a minha impressão geral foi ok. Nao ótimo, mas não odiei ele completamente, vamos para o próximo.
O segundo medico foi o Dr Wagner, ou Dr Eu-preciso-de-um-dentista-urgente, e ele foi bem mais apaziguador. Falou que para o tipo de tumor que eu tenho (super agressivo, intenso e exagerado, assim como a minha personalidade), melhor seria começar com a quimioterapia, e deixar a cirurgia pra depois, para obter um resultado melhor (existem muitas outras justificativas medicas que me convenceram, mas não vou lista-lãs aqui), e eu só olhei pra cara dele com cara de idiota, ou de alguém que acabou de ter um AVC, tipo, hein? Pra dar uma ajudinha a minha mãe me perguntou: “E aí filha, qual linha de tratamento você se sente mais segura, mais confortável? A decisão é sua!” E eu pensando: “Nenhuma, podemos ir para casa agora?”. Mas como eu não podia falar isso pro medico disse que ok. Por mais obvio que seja, e por mais que eu já tivesse pensado nisso antes, no momento que ele falou “O cabelo cai mesmo” eu fiquei muito mal. É o meu cabelo, pô…! Mas meio que querendo me animar ele, um medico semi careca, disse “Fica tranquila menina! Na época da cirurgia seu cabelo já cresceu, vai estar assim igual o meu!” E como eu sou muito educada, só olhei para ele e aquela semi careca brilhante e sorri agradecendo. E ai então ele entrou em contato e marcou uma consulta com o oncologista Dr Oren.
Esses foram os dois médicos do dia. Não tinha mais estômago para receber essa noticia novamente…
Na quinta feira, dia 20/12, estava assistindo televisão com a minha mãe e o telefone tocou, era a secretaria do Dr Nilson pedindo que eu fosse até o consultório na tarde seguinte no horário do almoço. Disse que tudo bem e desliguei. So conseguia pensar: “boas notícias são dadas por telefone”. Corri para o computador, entrei no site do Einstein (laboratório no qual meus exames foram realizados) e fiz o meu login, já pensando em colocar todos os resultados no Google. Abriu o resultado, lá, na minha frente: “Carcinoma ductal invasivo metastatico”. Nem precisa de Google pra isso né?
Imediatamente liguei para a secretaria do Dr Nilson e disse: segura ele aí que a gente ta chegando, não agüento esperar até amanha. O caminho de casa até lá eu pensava “carcinoma, carcinoma, carcinoma”. Que palavra horrorosa. Eu estava sofrendo, mas tentando manter a calma. Dr Nilson, em um sofrimento mais profundo que eu e uma cara de velório indiscritível disse: “É um tumor mesmo, como vc viu no resultado. Vou te encaminhar para um cirurg…………..” Não ouvi mais nada do que ele falou. Sei que sai de lá com um cirurgião marcado para meio dia do dia seguinte, sexta feira, 21/12/2012. O dia que o mundo realmente acabou.

 

Pra falar a verdade estou meio cansada de responder e-mails e perguntas. Não me leve a mal porque não é nada pessoal com ninguém… É que é so um assunto tão desgastante…. Não entendam como um recado de que eu nao quero mais receber e-mails e mensagens! Muito pelo contrário!! Eu amo e me faz muito bem…. Eu só as vezes não sei como responder. Para solucionar este problema, enviei um e-mail coletivo, mas a lista de destinatários começou a ficar tão longa (como eu tenho sorte de ter tantas pessoas fantásticas na minha vida!), que achei melhor criar isso aqui para não me perder…
Com a minha falta de disciplina é bem capaz que eu não poste praticamente nunca…mas quem sabe né?
Bom, lá vai!
Bom, a situação: no final do mês de outubro, no período em que eu ainda estava morando em Nova York, enquanto eu tomava um banho eu senti uma “coisa” no meu peito esquerdo. No momento fiquei preocupada, mas estando na situação que eu estava, ha um mês da minha volta ao Brasil, percebi que não adiantaria marcar nenhum medico por lá, e valeria mais a pena esperar a minha volta pra casa. Pensei que pudesse ser alguma coisa grave, mas nunca uma coisa tão grave assim!
Chegando ao Brasil, tinha no meu primeiro dia aqui um ginecologista marcado, que me acalmou e disse que a chance de ser algo “mais grave” era muito pequena, mas ainda sim pediu um ultra-som para avaliar. Preocupada como estava, marquei o ultra para a manha seguinte, e no momento que o medico colocou o aparelho sobre o, até então, nódulo, eu sabia que tinha algo de errado…a expressão no rosto dele mudou para uma mais preocupada. Mas eu com os meus sintomas psicossomáticos resolvi que isso era coisa da minha cabeça e fui pra casa. No mesmo dia deste exame, meu ginecologista, o Dr. Nilson me ligou e pediu mais dois exames: mamografia e biopsia.
Fiz primeiro a mamografia. Quando entrei na sala expliquei para a medica que eu tinha um nódulo, e era por isto que estava indo tão jovem fazer este exame, e ela me explicou que devido a idade a gente não conseguiria ver nada, seria mais para detectar a presença, ou não, de calcificações. Se houvessem calcificações seria um sinal de alerta e preocupação. Exame (tortura) finalizado, a medica me chamou pra ver aquelas imagens que a gente não entende nada, destacou uns pontinhos e disse: estas aqui sao as temidas calcificacoes. E eu na minha cabeça “opa, o gato subiu no telhado…”
Alguns dias depois, a mesma medica da mamografia fez a minha biopsia, e neste momento achou oportuno fazer também a biopsia de um linfonodo da axila, ao invés de só do nódulo. A experiência e pro atividade dela me pouparam de mais um procedimento complicado e mais uma anestesia que teria obrigatoriamente que ser realizado com o resultado recebido. E depois, descobri que teria de colocar um pino de titânio dentro do tumor para demarcar sua localização, que ela também já havia posicionado. Menos agulhas novamente. Valeu, Dr Ana Cláudia!

Ok, exames realizados, agora tinha chegado a parte de aguardar resultados. Me foram prometidos para dia 26 de dezembro, e portanto eu marquei uma nova consulta com o Dr Nilson (ginecologista, lembram dele?) no próprio dia 26, depois do Natal. Eu coloquei toda essa meleca pro canto da minha cabeça e estava de malas prontas para ir para BH passar as festas de fim de ano. O plano era sair sexta feira, dia 21/12, após o almoço. E assim a calmaria estava prestes a acabar…